Saga de imigrantes suíços toca visitante

do enviado especial da Folha de S.Paulo a Teresópolis e a Nova Friburgo (RJ)

Digna das histórias mais significativas da imigração européia no Brasil, a saga dos mais de 2.000 suíços católicos que vieram colonizar a região de Nova Friburgo, na serra fluminense, teve início no dia 4 de julho de 1819.

Foi nessa data que se deu o embarque dos imigrantes em Estavayer-le-Lac, no território helvético, onde o grupo tomou embarcações pequenas que singraram o rio Reno.

A seguir, chegaram a Mijil, na Holanda, onde se estabeleceram em barracas para aguardar os transatlânticos, como o Elizabeth-Marie, o Uranaia e o Debby-Elisa, que os trouxeram ao Brasil.

Mas as condições desse acampamento na Holanda, antes mesmo do embarque,
deixavam muito a desejar. As baixas temperaturas e a umidade do local, somadas à escassez de alimentação e às condições de higiene, logo abriram caminho para o aparecimento dos primeiros doentes de malária, tifo e varíola no grupo.

Alguns não sobreviveram à viagem que, três meses depois, os traria ao Rio de Janeiro e, depois, à região de Nova Friburgo.

Além das condições dos navios, a maestria dos capitães contava muito nas longas travessias do Atlântico.

O navio Debby-Elisa ficou 20 dias além do previsto no mar, pois seu comandante não conseguiu divisar a entrada da baía da Guanabara. Dois veleiros menores, o Camillus e o Deux Catherine, somente conseguiram realizar a travessia oceânica depois de 122 e 146 dias, respectivamente.

Novo mundo

A chegada até a região serrana fluminense encerrou outra saga, com os suíços inicialmente acampados e, depois, se dirigindo até o local onde se estabeleceram. Os homens foram a pé ou a cavalo, enquanto as mulheres e as crianças seguiram em charretes e em toscos carroções.

Dos 2.006 suíços que iniciaram a viagem, apenas 1.631 deles chegaram a Nova Friburgo para escrever, com seu trabalho e dedicação, uma das páginas mais tocantes da história do Brasil.

Durante a viagem, 389 pessoas morreram, mas 14 bebês suíço-brasileiros nasceram a caminho do Novo Mundo. Anos depois, em maio de 1824, outra leva de colonos, dessa vez alemães, chegou a Nova Friburgo, escrevendo uma página igualmente emocionante, como são todas as histórias ligadas à imigração.
Saga de imigrantes suíços toca visitante do enviado especial da Folha de S.Paulo a Teresópolis e a Nova Friburgo (RJ) Digna das histórias mais significativas da imigração européia no Brasil, a saga dos mais de 2.000 suíços católicos que vieram colonizar a região de Nova Friburgo, na serra fluminense, teve início no dia 4 de julho de 1819. Foi nessa data que se deu o embarque dos imigrantes em Estavayer-le-Lac, no território helvético, onde o grupo tomou embarcações pequenas que singraram o rio Reno. A seguir, chegaram a Mijil, na Holanda, onde se estabeleceram em barracas para aguardar os transatlânticos, como o Elizabeth-Marie, o Uranaia e o Debby-Elisa, que os trouxeram ao Brasil. Mas as condições desse acampamento na Holanda, antes mesmo do embarque, deixavam muito a desejar. As baixas temperaturas e a umidade do local, somadas à escassez de alimentação e às condições de higiene, logo abriram caminho para o aparecimento dos primeiros doentes de malária, tifo e varíola no grupo. Alguns não sobreviveram à viagem que, três meses depois, os traria ao Rio de Janeiro e, depois, à região de Nova Friburgo. Além das condições dos navios, a maestria dos capitães contava muito nas longas travessias do Atlântico. O navio Debby-Elisa ficou 20 dias além do previsto no mar, pois seu comandante não conseguiu divisar a entrada da baía da Guanabara. Dois veleiros menores, o Camillus e o Deux Catherine, somente conseguiram realizar a travessia oceânica depois de 122 e 146 dias, respectivamente. Novo mundo A chegada até a região serrana fluminense encerrou outra saga, com os suíços inicialmente acampados e, depois, se dirigindo até o local onde se estabeleceram. Os homens foram a pé ou a cavalo, enquanto as mulheres e as crianças seguiram em charretes e em toscos carroções. Dos 2.006 suíços que iniciaram a viagem, apenas 1.631 deles chegaram a Nova Friburgo para escrever, com seu trabalho e dedicação, uma das páginas mais tocantes da história do Brasil. Durante a viagem, 389 pessoas morreram, mas 14 bebês suíço-brasileiros nasceram a caminho do Novo Mundo. Anos depois, em maio de 1824, outra leva de colonos, dessa vez alemães, chegou a Nova Friburgo, escrevendo uma página igualmente emocionante, como são todas as histórias ligadas à imigração.
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